domingo, 13 de março de 2011

Hoje tem Fla-Flu


Sinceramente, não me recordo do meu primeiro Fla-Flu. A contar do dia do meu nascimento até hoje, teremos o match de número 96 entre genitor e filho. Ao longo desses 96 jogos 'vividos', 380 no total, por muitos percalços passaram essa família moderna.

Antes de tudo, vem o desejo, depois a fecundação, os 9 meses (talvez mais) até que chegue o dia de partir, do parto - se normal ou cesariana não sei - cheio de contrações, dor e gritaria.
O que antes era Fluminense, agora são dois: Flamengo e Fluminense. As vezes me pergunto se é por pura ressonância ou importância que Flamengo vem antes de Fluminense quando é dia de clássico. Pela lógica, a ordem seria pai e filho, mas o futebol tem dessas coisas.

Em 1912 temos o 1º embate com a vitória do patriarca por 3x2, que certamente se arrepende, segundo Eduardo Galeano, por não ter enforcado o filho gozador e respondão no berço enquanto ainda era possível. Tal situação de filho/sacrifício me fez pensar em Abraão e seu filho Isaac.

É fato que talvez o Fluminense não tenha desejado ter esse filho chamado Flamengo tão intensamente como Abraão desejou ter Isaac. As diferenças também se fazem presentes no tempo de espera para a concepção de ambos os filhos. Mas é impossível desassociar que algum anjo tenha impedido o sacrifício desse filho chamado Flamengo, que geraria uma grande nação, tal qual como foi com Isaac, salvo aos 49 do segundo tempo por um anjo que relatou ao pai a mesma sorte do seu irmão histórico rubro-negro.

Em tempo, mesmo não lembrando do meu 1º clássico, tenho dois jogos bem guardados na memória. Aquela final com o gol de barriga do Renato Gaúcho, o que não apaga minha admiração por ele, em especial o gol contra o Galo Mineiro em 1987 (ano do meu nascimento); e um jogo mais recente, Janeiro de 2010, onde o Flamengo saiu vencedor por 5x3. Um jogaço!

O meu desejo é que o jogo de hoje seja épico, de preferência pro lado rubro-negro da força.

Por fim, louvados sejam os anjos: o que segurou a mão e o cutelo de Abraão e salvou Isaac, anjo de Deus; assim como o que salvou o Flamengo, minando qualquer pensamento relacionado com uma futura investida contra o bruguelo, anjo do Futebol.