terça-feira, 17 de maio de 2011

Essa onda que tu tira Mané


Um dia desses aí tentaram derrubar a arquibancada do Estádio Mané Garrincha. Segundo o consórcio, a estrutura pesava 11 mil toneladas, mas a impressão que tive em relação ao peso foi a seguinte: no instante da implosão, o peso  dos milhões de torcedores  que por ali passaram foi adicionado [não me pergunte como] à arquibancada; inclusive o meu, já que tive algumas passagens por lá como torcedor. O primeiro contato com o templo [melhor chamar assim] foi no Gama X Flamengo de 99. Golaço de Fábio Baiano e gol impedido de Romário, mais comemorado que o válido. Assisti outro Gama 2 X 4 Flamengo, mas não recordo muito bem da data.  Pet arrebentou nesse jogo e Imperador, se não me falha a memória, também fez um gol, às vésperas de ir pra Internazionale com Júlio Cesar.

Desde minha visita ao templo em 99, a vontade de lá jogar era contínua. Tive por duas vezes esse prazer. Jogando pelo juvenil do Gama (86-87) em 2003, disputei a final do Campeonato de Brasília contra o Jaguar. A junção de família + pretendente na arquibancada em questão + o dia do meu aniversário era a combinação perfeita para começar entre os winning eleven, mas entrei no segundo tempo. Até hoje me pergunto se o Flu [apelido do treinador da equipe] me colocou pelo fato de ser meu aniversário e aí eu jogaria com corpo, alma e bicão; ou se eu realmente tinha alguma função tática, que segundo suas orientações era apenas a de marcar o jogador mais rápido deles. Deu certo.  Já vencíamos por 1x0 e seguramos o placar. Nunca corri tanto na minha vida em 45 minutos. Nunca tive um aniversário tão bom como aquele.

Depois do apito: um misto de sonho realizado e a vontade de o quanto antes repetir aquilo por mais vezes: templo, torcida, cansaço, vitória. Fui jogado pro alto e celebrado por tudo e todos. Sem palavras.


Um ano depois, meu segundo ano de Juvenil (87-88), minha segunda final do Campeonato de Brasília, meu segundo jogo no Mané.  O jogo agora era contra o Legião, e foi bem mais fácil do que imaginávamos, mesmo contra um time muito bem montado. Trabalhei pouco naquele dia, já que nosso meio, tanto marcando como criando funcionou muito bem. Não me recordo do placar, mas 5 ou 6 X 2 é o que mais pulsa em minha mente.


Um dia desses aí tentaram derrubar o Mané, mas só se ouviu/viu barulho e poeira. Parece que vão picaretar a arquibancada. Pobres picaretas e picareteiros, nem em meu pior pesadelo queria ser algum deles. E isso relação alguma tem com o trabalho braçal, e sim com o destruir de palco tão singular. Que o
Estádio Nacional de Brasília traga tão boas memórias como o Mané trouxe.

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