domingo, 8 de maio de 2011

What if?



Pré-Jogo

Por muitas vezes adiei minha ida ao estado do meu time de coração/cérebro e garganta. Talvez “muitas” seja exagero, mas me recordo de pelo menos 5 ou 6 fatídicos dias com idas adiadas. Em cada uma dessas vezes, acontecia algum imprevisto/previsto como a pouca idade ou os compromissos de escola e serviço. Talvez o que me faça estar aqui, no avião rumo ao Galeão/Engenhão, seja fruto de todas as vezes perdidas e vontades acumuladas em frente a TV; todas as finais sonhadas e idealizadas; assim como minha dúvida crucial alimentada final após final e pela leitura de “O Dia em que o Brasil perdeu a Copa” de Paulo Perdigão: fariam minha presença no estádio,uma voz a mais na torcida, as minhas figas/mandingas, os meus palavrões e minhas orações, os incentivos e  as orientações aos jogadores e técnico daquele que jogou dos 12 aos 17 anos “profissionalmente” a diferença entre vitória e derrota?

Antes de comprovar, eu precisava comprar um ingresso. Galeão, rumando ao terminal de Bom Sucesso seguindo aos arredores do Engenhão; nesse trajeto conheci um cara, profissional sério, com anos de experiência, que deixou de ir à SP para vender ingressos da Formula Indy [what?] só por causa da final. Mesmo sem ter ingressos para a ala Rubro-Negra, sua vasta rede de contatos me auxiliou a conseguir um ingresso na superior, 50 reais mais apaixonado. Do ponto de ônibus até a compra do ingresso, trajeto de pouco mais de 1km, uma coisa me surpreendeu, acredito que muito mais pelo costume com Serejão/Bezerrão/Mané Garrincha  do que qualquer outra coisa: as ruas que davam acesso para cada ala, pareciam mais uma vila de torcedores dos times correspondentes. Não sei se são assim mesmo, ou se esse amor, essa decoração e identificação poderiam ser percebidas, ainda que implicitamente, em dias normais.

Enfim, chegou a hora do jogo e de comprovar a tal teoria do corpo presente.

Hoje

Relendo o texto de Paulo Perdigão, que se questionou por longos segundos que fato pretérito modificar [guerras ou resultados da mega por exemplo] de posse de uma máquina do tempo, percebi quão tentadora é essa idéia, ainda que se limitem à fatos futebolísticos. Paulo tentou modificar a final de 1950, segundo o próprio, como um Messias em sua segunda vinda tentando arrumar o desarrumado. O plano traçado, quando Ghiggia avançasse para virar o placar e provocar o silêncio mais ensurdecedor do mundo, Paulo iria invadir o field, dar um bico na bola e um soco no ponta. Não deu. Sabe-se lá o que aconteceu na primeira derrota, mas na de agora, a culpa é estritamente de Paulo Perdigão já que seu grito desconcentrou Barbosa, 
facilitando o gol uruguaio.

Pós-jogo

Eu bem sei que meu time ganhou inúmeras vezes sem minha presença corporal no estádio, mas eu acredito piamente que eu fiz sim a diferença. Não precisei invadir o campo e tentar socar Éder Luís [?], mas não nego que tentei cantar a pedra pro Felipe na disputa de pênaltis. È fato que, se o Flamengo perdesse eu me culparia para sempre, mas tudo ocorreu como deveria ser.

3º tempo

Bem, e você? Se pudesse mudar algum jogo, seja a nível de clubes ou seleções, qual mudaria e por que?

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